Quando amanhã madrugava,
calma,
alta,
clara, clara, morria de amor.
Faca de ponta, flor e flor,
cambraia branca sob o sol.
Cravina brinca amor,
cravina amor,
cravina e sonha,
e a moça chama da clara água.
Alma lava,
albacã, praia no sol.
Galo cantando cor e cor,
pássaro preto, douro e dor.
O marinheiro amor,
distante amor,
e a moça sonha só.
O marinheiro sob o sol, onde andará o meu amor?
Onde andará o amor?
No mar,
amor,
no mar,
ó sonha,
se ainda lembro o meu nome.
Longe,
longe,
onde?
Onde estiver numa onda,
num bar,
numa onda que quer me levar para um mar de água clara.
Clara, clara,
clara,
ouço o meu bem me chamar.
Faca de ponta, dor e dor,
cabo vermelho no lençol,
cabo vermelho amor, vermelho amor,
cravina e calos, e a moça chama da clara.
Clara,
clara,
clara,
alma tranquila de dor.
Quando amanhã madrugava,
calma, alta,
clara, clara morria,
chamou.