A gruta era toda de coral e o seu chão era de areia branca e fina.
Tinha em frente um jardim de anémonas azuis.
O rapaz entrou na gruta e espreitou.
A menina, o polvo, o caranguejo e o peixe estavam a brincar com conchinhas.
Estavam quietos, tristes e calados.
De vez em quando a menina suspirava.
Estou aqui! Cheguei! Sou eu!
Gritou o rapaz e todos se voltaram para ele.
Houve um momento de grande confusão.
Todos se abraçavam, todos riam, todos gritavam.
A menina do mar dançava.
Batia palmas e ria com gargalhadas claras como água.
O polvo fazia opino, o caranguejo dava cambalhotas e o peixe dava saltos mortais.
A rapaz entrava sob
E a menina servesia.
A rapaz準備ou o cabo.
A rapaz inaugurava o bar.
A menina era umaАa�ipô e ela só vai pra casa de um posteiro.
E depois de todas estas habilidades, ficaram um pouco mais calmos.
Então, a menina do mar sentou-se no ombro do rapaz e disse
Estou tão feliz, tão feliz, tão feliz, pensei que nunca mais te ia ver.
Senti o mar, apesar de todas as anémonas, parecia triste e vazio.
E eu passava os dias inteiros a suspirar e não sabia o que havia de fazer.
Até que um dia, o rei do mar deu uma grande festa, convidou muitas baleias, muitos tubarões e muitos peixes importantes
e mandou-me ir ao palácio para eu dançar na festa.
E no fim do baquete, chegou a altura da minha dança e eu entrei na gruta onde o rei do mar estava com os seus convidados
sentado no seu trono de nácar rodeado de cavalos marinhos.
E então os búzios começaram a cantar uma canção antiquíssima que foi inventada no princípio do mundo
mas eu estava muito triste e por isso dancei mal.
Porquê é que estás a dançar tão mal? Perguntou o rei do mar.
Porque estou cheia de saudades.
Respondi eu. Saudades? Disse o rei do mar.
Que história é essa? E perguntou ao polvo, ao caranguejo e ao peixe o que tinha acontecido.
E eles contaram-lhe tudo.
Então, o rei do mar teve pena da minha tristeza e teve pena de ver uma bailarina que já não sabia dançar
sentou-me no seu ombro e subiu comigo à tona das águas.
Chamou uma gaivota, deu-lhe um frasco com um filtro de anêmonas e mandou-a ir à tua procura.
E foi assim que consegui que tu voltasses.
Agora nunca mais nos separamos, disse o rapaz.
Agora vais ser forte como...
Como um polvo, disse o polvo.
Agora vais ser sábio como um caranguejo, disse o caranguejo.
Agora vais ser feliz como um peixe, disse o peixe.
Agora a tua terra é mar, disse a menina do mar.
E foram os cinco, através de florestas, areais e grutas...